quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Movimentos no processo de Usinagem

Para que ocorra o processo de usinagem existe a necessidade de alguns movimentos entre a ferramenta e a peça a ser usinada. Esses movimentos devem sempre ser levados em consideração tanto na execução de um projeto como também para a fabricação das máquinas-ferramentas que os realizarão. Por convenção, os movimentos estarão sempre ocorrendo, supondo-se que a peça esteja parada e, portanto, todo o movimento estaria sendo realizado pela ferramenta. Este formato ou procedimento, permite padronizar os sinais algébricos aos movimentos, sempre tendo como referência a peça. Mais do que isso, nos ajuda no estudo dos movimentos, principalmente quando a usinagem ocorre com ferramentas com geometrias complexas.

Tipos de movimentos


Os movimentos podem ser classificados em geral de duas formas: como movimentos ativos e como movimentos passivos. Os movimentos ativos são aqueles que ocasionam, ou promovem, a remoção de material ao estarem em ação. E podem ser divididos em: movimento de corte, movimento de avanço e movimento efetivo de corte. Vamos falar sobre eles.

Movimento de corte: Movimento de corte é o movimento entre a ferramenta e a peça que, sem a ocorrência simultânea do movimento de avanço, provoca remoção de cavaco durante uma única rotação ou um curso da ferramenta. Em outras palavras, é o movimento de avanço linear durante o período de uma revolução da peça ou ferramenta que estiver girando.

Movimento de avanço: Movimento de avanço é o movimento entre a ferramenta e a peça que, juntamente com o movimento de corte, possibilita uma remoção contínua ou repetida do cavaco, durante várias rotações ou cursos da ferramenta. O movimento de avanço pode ser contínuo, como no caso do torneamento e da furação por exemplo, ou intermitente, como no caso do fresamento. Em suma é um movimento linear ou em confluência feito por uma ferramenta de corte.

Movimento efetivo de corte: Movimento efetivo de corte é o movimento entre a ferramenta e a peça, a partir do qual resulta o processo de usinagem. Quando o movimento de avanço é contínuo, o movimento efetivo é o resultado da composição dos movimentos de corte e de avanço. Quando o movimento de avanço é intermitente, o movimento efetivo é o próprio movimento de corte. No chão de fábrica não é tão usado como o movimento de avanço e movimento de corte nos cálculos.

Já os movimentos passivos são aqueles que, apesar de fundamentais para a realização do processo de usinagem, não promovem ou ocasionam a remoção de material. E podem ser divididos em: Movimento de ajuste, movimento de correção, movimento de aproximação e movimento de recuo. Vamos falar sobre eles agora:

Movimento de ajuste: movimento de ajuste é o movimento entre a ferramenta e a peça, no qual é pré-determinada a espessura da camada de material a ser removida. Nos processos de sangramento, furação e brochamento, este movimento não ocorre, pois a espessura de material a ser removida está definida pela geometria da ferramenta.

Movimento de correção: O movimento de correção é o movimento entre a ferramenta e a peça, usado para compensar alterações de posicionamento necessárias, por exemplo, ao desgaste da ferramenta, variações térmicas, deformações plásticas, entre outras várias, que normalmente ocorrem durante o processo de usinagem.

Movimento de aproximação: O movimento de aproximação é o movimento entre a ferramenta e a peça, em que a ferramenta em uso, antes do início da usinagem, é aproximada da peça.

Movimento de recuo: O movimento de recuo é o movimento entre a ferramenta e a peça, em que a ferramenta em uso, antes do início da usinagem, é recuada da peça.

Todos os movimentos são importantes, tanto os movimentos ativos quanto os movimentos passivos, sem eles a usinagem não ocorre. Outra coisa importante é que aos movimentos que ocorrem na usinagem estão associados tempos que, somados, resultam no tempo total da produção.

A todos esses movimentos comentados neste artigo estão associadas direções, sentidos, velocidades e percursos. As direções dos movimentos são suas direções instantâneas, já os sentidos são aqueles resultantes quando se considera a peça parada e a ferramenta realizando todo o movimento e quanto às velocidades dos movimentos são suas velocidades instantâneas. Os percursos são considerados nas direções dos movimentos durante um tempo desejado de evolução do processo. Podemos denominar as direções, velocidades e percurso como segue:

- Direção efetiva, velocidade efetiva (Ve) e percurso efetivo (Ie)

- Direção de corte, velocidade de corte (Vc) e percurso de corte (Ic)

- Direção de avanço, velocidade de avanço (Vf) e percurso de avanço (If)

- Direção de ajuste, velocidade de ajuste (Vz) e percurso de ajuste (Iz)

- Direção de correção, velocidade de correção (Vn) e percurso de correção (In)

- Direção de aproximação, velocidade de aproximação (Va) e percurso de aproximação (Ia)

- Direção de recuo, velocidade de recuo (Vr) e percurso de recuo (Ir)

Gostou de aprender um pouco mais sobre os movimentos no processo de usinagem? continue lendo outros artigos para estar preparado quando surgir dúvidas no seu processo e que você possa se destacar como profissional preparado.

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